A NECESSIDADE DA EVOLUÇÃO PESSOAL NA ERA DA INOVAÇÃO.
Por Adriano Moleiro.
A maior certeza que podemos ter em nossas vidas é, sem dúvida, a de que as coisas mudam. Independentemente de nossas ações, tudo ao nosso redor sofre mudanças o tempo todo. Nada agora é igual ao que se passou há alguns minutos e pouco podemos fazer para amenizar, frear ou diminuir essa certeza trazida do tempo.
Justamente por não controlarmos tudo o que muda em nossa vida e fora dela, buscamos gerenciar nosso tempo da melhor maneira possível, otimizando-o em nosso favor, pois não temos um dispositivo que possa parar os relógios que nos regem. Na intenção de que as coisas mudem mais serenamente para que consigamos acompanhar, tentamos gerir nossas emoções e nosso tempo, muitas vezes lançando mão de treinamentos e terapias específicas para isso.
É inerente ao ser humano esta tentativa de manter-se no comando das coisas que lhe acontecem. Eu penso que esta busca acontece por não sermos donos das nossas emoções primárias e, principalmente, pelo sentimento de fragilidade por não conseguirmos “agendar” o dia de outra grande certeza que temos: o dia em que deixaremos de viver.
Enfim, as coisas mudam: é com essa certeza que lhes convido a uma reflexão: como podemos aproveitar ao máximo toda a nossa vida pessoal e profissional, tendo consciência desta nossa impossibilidade de controle? E a resposta é quase uma palavra mágica: adaptação! A incrível possibilidade de alterarmos nossa maneira de ver, agir e pensar o mundo, evoluindo junto com as mudanças. E só evoluiremos se buscarmos um aprendizado constante, gradativo e com verdadeira intenção de nos atualizarmos. Do contrário, se continuarmos utilizando as mesmas ferramentas, continuaremos obtendo sempre os mesmos resultados.
O custo de manter uma mentalidade parada no tempo é muito mais alto do que o investimento na mudança, na evolução e no estudo de novas técnicas, novas teorias, novos aprendizados, principalmente no âmbito profissional. Alguns gestores e líderes de grandes empresas costumam dizer que não investem em seus funcionários porque depois que eles aprenderem, irão embora da empresa. A pergunta que devemos fazer é: e se eles ficarem do jeito que estão? Quanto deixarão de evoluir juntos no processo? Como mensurar e valorizar algo tão intangível quanto o conhecimento adquirido de um colaborador que pode nos levar a novas descobertas e conquistas?
Gosto muito da reflexão que o consultor Ricardo Guimarães, da Thymus Consultoria que trouxe em um vídeo de seu canal no YouTube, intitulado Cenário de Mundo, em 2016. Tudo representa cada vez mais o momento que passamos. Ele diz:
“devido ao avanço da tecnologia e conectividade, estamos vivendo em um mundo cada vez mais acelerado, abandonamos aquele cenário estável, quase parado, onde todas as mudanças eram mais simples, controláveis, lentas e previsíveis, onde a instituição (empresa) era o foco central. O mundo atual, cheio de mudanças, se torna um cenário totalmente complexo, imprevisível, rápido e fora de controle. O foco agora é no individuo, a instituição encara e sente a necessidade de se adaptar aos novos perfis que se tornam cada vez mais questionadores.”
Para ele, o ponto principal dessa mudança são os indivíduos, cada vez mais conectados, atualizados e que estão antecipando as mudanças. É um fator tão importante que os especialistas estão dizendo que “estamos terminando a sociedade industrial e começando a sociedade do conhecimento, a sociedade em rede, que conecta tudo e todos em todos os momentos. E nós estamos exatamente no meio dessa transição.”
O paulistano Christian Barbosa, autor de livros como “Equilíbrio e Resultado” e “A Tríade do Tempo”, nos leva a refletir sobre os perfis dos profissionais ao longo dos anos, dividindo a evolução dos trabalhadores em 3 períodos: o trabalhador da era industrial (anterior), valorizado pelo trabalho manual, muito mais individualizado, baseado em rotinas de produção. O trabalhador da era do conhecimento (atual), valorizado pela capacidade de pensamento e inovação, muito mais cooperativo e conectado, que busca incansavelmente informação e conhecimento para conquistar espaços que antes eram restritos aos empresários. E o futuro nos reserva o trabalhador da era cibernética, que será valorizado pela inovação disruptiva, utilizando todo seu conhecimento, baseando-se em novas experiências, conectado, focado no uso da inteligência e na capacidade de adaptação.
As mudanças não param, não somos as mesmas pessoas de 1 segundo atrás, a necessidade de evoluir é presente e intensa, os desafios são maiores e constantes, os questionamentos são mais presentes e quem não se adaptar vai ficar no meio do caminho.
O que você deve analisar, ao final deste artigo, é qual papel você deseja ter nesse cenário. Alguns, naturalmente ficarão defasados, não se adaptarão e não acompanharão as mudanças. Este indivíduo se satisfará em reclamar que “no seu tempo era melhor” e “sempre deu certo assim", provavelmente, será atropelado pela era da inovação. Não é uma questão de idade e sim, de mentalidade. Acreditar que podemos mudar, aprender, reprogramar a nossa mente para absorver cada vez mais conhecimento. Não tenhamos receio de perguntar, estudar e reiniciar quantas vezes for preciso, sempre atualizando a versão desse software mágico chamado cérebro! Só se vive uma vez e o que deixamos como legado é exatamente a forma como escolhemos viver nossa vida, o quanto aprendemos e o quanto repassamos de conhecimento, sempre crescendo, evoluindo, melhorando, aprendendo todos os dias! Você está pronto?
Adriano Moleiro